O meu Rover 213SE - 1987

Iniciado por ASJ, 09 de Setembro de 2011, 11:39

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ASJ

Bem, não se tratando de um japonês (apesar de partilhar a mecânica e grande parte dos componentes de carroçaria), decidi abrir o tópico sobre o meu 1º carro aqui, nesta secção.

O Rover 213SE tem como base o Civic de 3ª geração, na versão Saloon. Mas, ao longo do tempo, o modelo britânico foi-se distanciando do japonês que lhe deu origem, principalmente a nível de estética, praticabilidade, conforto, qualidade e suavidade. (no entanto, algumas destas alterações acabaram por ser implantadas pela Honda nos seus Civic, principalmente no que à suspensão diz respeito).

Falando do meu exemplar:

Trata-se de um modelo de 1987 (ou seja, dos primeiros mkII), tendo, assim, a meu ver, algumas melhorias em vários aspectos.

A grelha deixou de ser preta para ter a cor da carroçaria.

As jantes passaram a ter tampas que tapam toda a superfície de ferro, enquanto a dos mk1 apenas tinham uns centros.

A "tampa da mala" passou a abrir em conjunto com a matrícula e luzes de marcha-atrás.

Já tem a consola central, que visa a incorporação do rádio (que antes estava no tabliêr), assim como os comandos dos vidros e uma gaveta para arrumação.

E isto é o mais importante.

Foi comprado novo pelo meu avô em abril de 1987:



Como a grande maioria dos 213, vem muito bem equipado para a altura. Tem 4 vidros eléctricos, regulação do volante em altura, retrovisores eléctricos e aquecidos, apoio de braço no banco traseiro, e, se o vendedor da Rover tivesse registado o pedido de uma forma decente, era suposto vir com tecto de abrir.  ::)

De qualquer maneira, é de notar a sua cor rara, Silk Green, existente apenas no ano de 87, razão pela qual o meu avô teve que esperar umas boas semanas pelo carro.

Eventualmente ele chegou, e http://i1176.photobucket.com/albums/x336/JacintoIMA/Rover%20213SE/rover213serra2.jpg?t=1290630339tenho o registo desta foto em Maio de 87:



Como o meu avô tinha um enorme gosto pelo carro, ele acabava por aparecer nas fotos:








ASJ

O 213 era usado apenas no fim-de-semana e em viagens longas, estando, de resto, fechado em garagem.

No entanto, e com muita pena por parte do meu avô, o facto do carro não ter direcção assistida (e de esta ser extremamente pesada), originou à compra de um carro mais pequeno em Setembro de 2002, data em que ofereceu o carro à minha mãe.

Desde aí que tem sido usado diariamente. Inicialmente apenas por ela, mas casualmente o meu irmão mais velho pegava nele. Quando o meu irmão do meio tirou a carta, em 2008, foi o carro que utilizou.

Por mera sorte, o 213 escapou a dois acidentes, que foram sofridos pelo Concerto. Isto porque o meu pai raramente deixava os meus irmãos pegar no Honda, mas calhava sempre naquelas vezes em que o Concerto estava mais a jeito para sair da garagem.

E pronto, no último acidente ele ficou neste estado:



Anyway, em Setembro de 2009, quando me comecei a interessar pelo carro (até lá não gostava da Rover, e achava que o 213 era um carro de velho), devido à aquisição de um outro Rover mais recente (uma 416Tourer), passei a interessar-me mais pelo estilo britânico, até que, aos poucos, fui-me apaixonando pelo 213.

Este era o seu aspecto na altura:









(os bancos da frente estavam totalmente para trás, daí haver tão pouco espaço para as pernas  :) )









E o ponto que menos me agradava no carro:







É o motor EV2, de 70 (ou será 72?) cv. Não era mau, mas não era nada de especial. Aquilo que mais gostava nele era, de facto, a suavidade e silêncio.

No entanto, a partir dos 100km/h, tornava-se um molengão do pior.

Sempre quis ter um Vitesse, com o seu motor 1.6 S-Series com injecção electrónica de origem inglesa, debitando 109cv. Tenho o mesmo motor a carburador na Montego, com cerca de (apenas) 80 e poucos cavalos, e, apesar de ser uma Estate "pesada", a carrinha tem uma força dos diabos e não se mexe nada mal.

Anyway, este era um dos pontos que menos gostava. Outro era a vibração (que mais parecia um tremor de terra) que se fazia sentir entre os 100-110 km/h, e depois entre os 120-140. A verdade é que o meu avô sempre deu muitos "beijinhos" com as jantes em passeios. Como tal, estavam empenadas como tudo!

Como a minha mãe tinha feito o favor de perder uma das tampas das jantes, e como os pneus estavam algo ressequidos, decidi experimentar as do Concerto (que tinha levado pneus novos pouco antes do acidente).

Passei assim da medida 165/80 13 para 175/65 14. O diâmetro da roda manteve-se igual.

Resultado: Maior suavidade em velocidades mais elevadas, menor ruído de rolamento, maior aderência à estrada, direcção mais leve, mas simultaneamente mais precisa e directa (e assim perdeu grande parte do comportamento de "barco" que lhe era atribuído), mas o carro ficou muito ligeiramente mais duro em velocidades mais baixas.




ASJ

Um aspecto do qual gosto bastante, a iluminação interior em verde:



O rádio é que, pronto...  ::) :duh:





Em Março atingiu esta marca:

E em Abril, antes de ir à IPO, decidi dar-lhe um banho com condicionamento dos pneus e plásticos exteriores, assim como uma limpeza a fundo no interior.





Passadas umas horas (aqui estão visíveis as marcas que explicam o porquê de eu querer tirar o carro das mãos da minha mãe o quanto antes):




E um sinal de desgaste:



Provavelmente, o único no interior. Os bancos estão novos!

Mas não se podia dizer que estava limpo.









Já que estava a limpar a fundo... Um 50/50







(a ponteira era cromada, tinha era produto para lhe dar brilho  :thumbsup)

Foi à IPO e...



O problema veio nos finais do mês de Maio.

O 213 começou a sobreaquecer, apenas quando estava parado, ou a velocidades baixas. Aqui tudo bem, foi apenas a ficha do termoventilador que estava solta. A questão é que continuou a aquecer.

Toca a desmontar:



Era um tubo metálico, situado na parte de trás do motor, debaixo da admissão, que tinha apodrecido.

Então fui à Honda. Eis o que recebi como resposta "não encontro esse tubo na base de dados". Pronto, segui para uma casa de peças para a concorrência. "Esse tubo não é feito em lado nenhum". Assim sendo, levando a ideia do meu pai avante, deu-se início à troca de motor.

Como se isso não bastasse, quando estacionei o 213 na oficina, começou a pingar, do nada, óleo! Algo que nunca tinha feito ao longo dos seus 24 anos e 206 000km!

>:D







E o D14:





O D13, na mesma vista:



Em termos de apoios, apenas existia um semelhante.

Em jeito de despedida do D13, aqui está um vídeo do seu roncar, (quase) sem miolo na panela do lado direito:

( não sei colocar vídeos aqui, por isso fica o link M4H00653 )


Hayabusa

A iluminação do rádio realmente fica um bocado deslocado do resto lol. Boa mecânica essa do Honda, motores Honda duram, duram e duram. Boa sorte com a máquina.

Camry 2200

Bom tópico! Mostra bem o gosto que tens pelo carro. :thumbsup

Gostei de ver o IVA a 16%  8)
Miguel Vale - Associado AJA Nº69

ASJ

Obrigado a ambos! Bem, continuando, apesar de serem modelos totalmente diferentes, apenas tivemos algum trabalho na questão dos apoios do motor, aquando da troca.

Nada de muito difícil:





Este é o tal que era muito semelhante, pelo que se usou o original do 213:



Para os restantes, foram usados os do Concerto.



Assim como o selector e a barra da alavanca das mudanças são as do Honda:



E assim começámos a construção dos apoios.





O resultado final:







De resto, como já referi, há um grande nível de compatibilidade entre ambos os veículos. Vejam a linha de escape:



Sim, é a do Concerto, e a única diferença é que é ligeiramente mais longa no final, após a última curva. De resto, são iguaizinhas! De qualquer maneira, esta última parte teve que ser alterada, para levar com o setup complexo de panelas do 213 (as famosas 2 panelas).

Apenas se teve que alterar a orientação dos apoios do escape (em vez de "apontarem" para trás, ficaram virados para a frente).



As panelas originais:




Hayabusa

Sempre tive uma dúvida em relação a swap de motor. No IPO não dizem nada? É legal fazer por exemplo swap de um 1600cc para um 1800cc?

ASJ

Aqui já quase no fim:





Uns vídeos com tudo montado, excepto as panelas finais e as válvulas estavam desafinadas.

M4H00729

M4H00730

M4H00732

Durante os testes, deu-se um pequeno (grande) contratempo: verificámos que o copo da transmissão do lado esquerdo (ambas as transmissões eram as do 213, uma vez que as estrias do cubo da roda diferiam entre os modelos), era maior no Concerto que no 213, e não dava para trocar apenas os copos. Assim sendo, o meu pai iniciou a procura de uma transmissão cujo copo fosse igual ao do Concerto, mas com as mesmas estrias do 213. E conseguiu superar o desafio!

Posto isto, ficava apenas a faltar a questão das panelas. Enquanto não se arranjava solução, decidi trocar as colunas traseiras, que estavam medonhas.

Para isso foi preciso desmontar isto:



E também se substituíram as frontais.





Coloquei um rádio novo, com a mesma iluminação do carro, porque me dá muito jeito a entrada USB. Mas estou à procura de um rádio dos anos 80 com iluminação verde, para mais tarde ser colocado no 213.  :)




(em breve tenciono substituir a consola central do Rover)

Lá encontrei o jogo de panelas originais:





E na casa de escapes fizeram a adaptação:



E pronto, em termos mecânicos estava quase tudo concluído.

ASJ

O que me mete mais medo é a sigla a dizer 16 valve, assim como acho que não posso ter o símbolo da Honda no motor, tratando-se de um Rover.

Os carburadores eram algo que tencionava colocar no D13 à mesma.

Através das trocas entre motores com a mesma base que tenho conhecimento (nomeadamente entre os K-Series da Rover, onde costumam haver trocas do 1.4 para o 1.6, e às vezes 1.8), a única razão para implicarem são os letterings (principalmente nos 1.8 com a sigla VVC no colector de admissão) e a emissão de gases.

ASJ

Posto isto, passei para o forro do tecto. Fiquei surpreso quando descobri que era feito em cartão!  :-[





Se houver alguém aqui com um Civic Mk3, gostava que me dissessem se sabem se também é assim nos Civics.  :-X

O tecido antigo:







O tecto:



A limpeza do forro:





O resultado:




ASJ

Depois recebi a visita de 3 membros do clube MG-Rover Portugal:
















ASJ

No entanto, havia qualquer coisa que não estava bem com a temperatura do 213. Demorava muito a aquecer. E também se reparou numa fuga, do lado da correia de distribuição.

Assim sendo, lá foi o 213 para o "estaleiro".



Mudou-se o termostato...


E verificou-se que a fuga vinha da bomba de água. Não admira...





Entretanto, e aproveitando o facto da Rover Tourer estar em reparação (a famosa junta da cabeça), fui buscar as suas jantes para comparar as dimensões, uma vez que tenciono colocar umas jantes originais da Rover, nessa mesma medida.









As tais jantes:



A nível exterior, apenas pretendo trocar as jantes, e adquirir o acrescento do pára-choques do Vitesse, como tem o 213 da foto, assim como arranjar uma ponteira cromada para o escape.

No interior, pretendo que fique semelhante aos 200 Vanden Plas, com os bancos, volante e fole da alavanca das mudanças em pele.

Assim:




ASJ

Bem, no dia 26 de Agosto, uma semana após ter feito os 18, fui a exame de condução. Como passei, à noite decidi dar uma volta com o 213:










prelude guy

Parabéns,
vê-se que tens a coisa bem estruturada, e estás a fazer tudo com pés e cabeça.

Eu por mim, aceito pacificamente reportagens com Triumph Acclaim ou com Rover 213/216, uma vez que são quase Hondas 100%. Mais fácil encontro pastilhas de travão para o meu Prelude se procurar para o Rover 213 do que para ele  ::)

Isso que te aconteceu no forro do tejadilho é comum em modelos europeus  :assobio a esponja fica velha, desfaz-se e o pano separa-se da base.

Essa fotos são de S. Martinho. Devo ter perdido a tua apresentação. És daqui perto?
Toyota Celica 1973 vs. Honda Prelude 1982
Luís Duarte (Associado AJA #25)

ASJ

A questão não é o descolar do forro, mas sim o facto de ser em cartão, e não em fibra!

Sou das Caldas. Estive consigo e com o Hélder na Expoeste!  :D