O delapidar ou desbaratar do nosso património a troco do vil metal

Iniciado por AJA Team, 20 de Setembro de 2016, 07:49

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AJA Team

O AJA desde o seu início tem como objetivo maior, a preservação do património automóvel japonês no nosso país. E este objetivo completa-se com a recuperação, restauro e manutenção das viaturas existentes, dentro de padrões de originalidade ou alterações conforme a época de cada viatura.
Cientes de que este é objetivo difícil e que só com muita persistência se consegue resultados, o AJA, através dos seus membros, tem desenvolvido esforços de consciencialização sobretudo através da exposição de exemplares originais, de orientação nos restauros, de disponibilização de material documental, entre outros.
Nos últimos anos temos assistido, por diversas razões, a uma delapidação do nosso património automóvel. Podemos falar de todas as marcas mas vamos focar-nos no que são os Japoneses.
A crise que se instalou em Portugal nos últimos 8 anos deu o mote para que muitos proprietários começassem a abrir mão de muitas viaturas que se encontravam, algumas delas, na família há décadas. Esta disponibilidade foi há muito percebida no estrangeiro e cada vez mais existem compradores por toda a Europa, América e também na Ásia. Ainda há pouco tempo andava um Australiano no grande Porto à procura de Mazda's 818.
Portugal tornou-se um destino onde se pode comprar clássicos baratos. Ou não o sendo, onde se podem encontrar carros raros e em considerável bom estado.
No que aos Japoneses diz respeito, é conhecido o apetite por alguns modelos Datsun por exemplo no Kuweit e Emiratos Árabes. As imagens e vídeos destas viaturas a ser destruídas com demonstrações de completa idiotice, desprezo pelos automóveis, e até pela própria vida, são inúmeras e estão na retina de todos nós. Este desprezo é incompreensível para nós, mais ainda se pensarmos nas quantias de dinheiro pelas quais são compradas às quais se junta o transporte.

Mas existe algo mais terrível que não sabíamos até há pouco tempo: A maior parte destas viaturas são usadas para corridas ilegais e para acrobacias proibidas nos respetivos países acabando apreendidas pelas forças da lei e colocadas em parques de onde nunca mais sairão e onde acabarão por apodrecer.

Uma coisa é vender uma viatura e saber que vai ser mantida, guardada e bem tratada (ainda que longe da nossa vista), outra bem diferente é vender uma viatura sabendo que o seu destino mais certo é o desprezo, a destruição e por fim uma morte lenta longe da vista de todos.
É isto que queremos? Será que não conseguimos resistir à tentação de ganhar uns euros fáceis em troca de perda de um património que não será reposto e que traz muitas mais alegrias do que os euros que recebemos por eles?
E quando já não existir nenhuma viatura daquele modelo em Portugal? O que vamos pensar? Para que servirá o arrependimento?

O AJA continuará a bater-se pela manutenção do património com a ajuda de todos os que estão de corpo e alma neste espírito.

Como foi dito e escrito na primeira reunião da direção do AJA na sua fundação: "Quem não está connosco, está contra nós"


Cumprimentos,
   A equipa do AJA

ajateam@amigosjaponesesantigos.pt
www.amigosjaponesesantigos.pt

blardY

Excelente mensagem, que devia ser publicada nas revistas da especialidade. Ficava vincada a nossa postura, já conhecida por todos, mesmo pelos que se fazem amigos dos japoneses antigos.
Pedro Massa - Sócio AJA Nº10

mizé

Mensagem inequívoca.
É mesmo isto: preservação e identidade versus delapidação
Cedric: excelente comportamento em estrada
Mizé - Sócia Nº54

metralha328

Já tinha visto a mensagem no Facebook.
Excelente, é mesmo isso, as pessoas têm de abrir os olhos para entenderem o que é que está a acontecer!
:thumbsup

FC

Nem todas as pessoas pensam como nós aqui no AJA.

O dinheiro roda o planeta, e cada vez mais haverá pessoas a ganharem com Automoveis classicos.

Comecei a gostar de automóveis muito cedo por influência do meu avô, tenho um espólio fotográfico de viaturas clássicas e antigas que por Lisboa viviam, durante os anos 80, 90 e inícios de 2000.

Algumas até já em avançado estado de degradação.
Havia de tudo, abandonados, com dono, boas e más.
Nessa altura ainda não tinha surgido os muitos comerciantes e pseudocomerciantes de viaturas clássicas, naquele tempo e até não foi assim á tanto tempo assim eram aplicadas de carros velhos.
Quando comprei o meu primeiro Corona decorria o ano de 1996 e lembro me de ter feito um favor ao antigo dono.
Preço de compra 15 contos, atenção em estado normal de uso e sem um único podre.

Meus amigos acho que está tudo dito, ando nisto á muito tempo tenho acompanhado bem de perto este mercado e a sua evolução e até transformação.

Um bem AJA para todos
Socio AJA nº 55

Vtwin

Encontrei este video a demontrar que existem mais pessoas pelo mundo todo a partilhar o mesmo espirito que nós  :thumbsup

https://www.youtube.com/watch?v=DxMOdbHnlpc

Espero que gostem..
António Martins

Datsunbat

Boas!

nem mais...este é e sempre foi o princípio pelo qual me regi no intuíto de salvar os nossos japs.

Por causa de algumas atitudes que tenho tido com alguns exportadores auto ou como eu lhes chamo os marroquinos portugueses, já perdi amizades, mas não me importo sequer, e só acontece porque o lado de lá (vendedores) ficam muito ofendidos com a realidade a que tenho chamado a atenção.

Infelizente desde os 240GT, K-GT, Toyota AE86, Honda Civic e mais recentemente os 510 SSS tem andado tudo a rodar...saem por uma ninharia a quem os vai adquirir.

Ando muito revoltado com esta situação...mas nunca devemos baixar os braços...

Sei também que noutras marcas o fenómeno também está a acontecer...caso dos Porsche 912 que custavam 12.000€ e agora passaram para 50.000 e todos os que apanham são vendidos na hora, os BMW 2002 que raramente se vão vendo anunciados etc...enfim...

Siga na sensibilização para a não exportação de japoneses...contém comigo!
In DATSUN We Trust!